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“Continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade”.
Paulo Freire





sábado, 10 de abril de 2010

Os
Bébés em Berçario e Creche – O Papel do Educador

Author:
Raquel Martins


Quando os
bebés nascem, captam pouco do mundo que os rodeia e compreendem
ainda menos. Como os seus sentidos não estão focalizados, eles
olham sem perceber o que vêem e ouvem sem entender o que significa o
som.

Nas
primeiras semanas de vida, nem sequer se apercebem de que estão
separados do mundo à sua volta. Não sabem controlar nem o corpo nem
o mundo.

Antes de
um bebé saber descobrir o seu mundo, precisa de saber onde termina o
seu corpo e começa o resto do mundo. Para isso, tem de perceber
primeiro o que pode fazer para que as coisas aconteçam, o que seria
mais fácil se pudesse controlar o que o seu corpo faz.

Todavia
quando o bebé nasce, já possui um conjunto de reflexos que
demonstram o seu instinto natural de sobrevivência. Todos estes
reflexos desaparecem por volta dos três meses, pois caso contrário,
o seu desenvolvimento ficaria comprometido e as novas capacidades não
poderiam surgir.

A melhor
forma de ajudar e encorajar o desenvolvimento do bebé é através
dos sentidos – visão, audição, tacto, olfacto e paladar –
porque estes são os meios que utilizará para explorar o mundo antes
de se poder movimentar nele sozinho.

Durante
os primeiros meses, os bebés pouco mais fazem do que dormir e comer,
mas de vez em quando começam a surgir traças da sua personalidade.

Entre os
dois e os três meses, o bebé já é capaz de fazer mais coisas e
está cada vez mais interessado pelo mundo. A criança bate nos
objectos, leva a mão à boca e agarra um brinquedo. Em breve, o bebé
percebe que é ele próprio a fazer o barulho com a boca.

Entre os
três e os seis meses, o bebé segura no brinquedo e explora-o com as
mãos e a boca. Bater e atirar brinquedos parece ser uma resposta
universal.

Entre os
seis e os nove meses um dos feitos mais importantes dos bebés é
conseguir mudar de posição. Conseguem rolar em ambas direcções,
sentar-se sem ajuda, sentar-se e virar (sem cair), passar da posição
de bruços para a posição de sentado e por fim levantar-se.

Durante
estes meses, os bebés dão enormes passos cognitivos à medida que
se apercebem do mundo que os rodeia. Entre os nove e doze meses, os
bebés parecem estar sempre em movimento.

Os
brinquedos de empurrar e puxar são também úteis pois dão à
criança algo a que se pode agarrar, dando apoio.


Os bebés
estão assim a aprender habilidades novas e a conseguir mover-se e a
tentar descobrir como é que as coisas funcionam através de
exploração.


É função
do Educador de Infância, planificar e criar todas as condições
necessárias para estimular o desenvolvimento dos bebés, nunca
esquecendo que cada bebé tem o seu próprio ritmo.


Os
primeiros anos são fundamentais para a formação da personalidade
do bebé. Será papel do educador ajudá-lo a seguir em frente e
caminhar com ele na apaixonante aventura de crescer.

Qualquer
bebé transforma um objecto – por mais estranho que pareça – num
brinquedo.


Fonte:
Programação e planificação na creche 0-1 ano: Bola de Neve

Desenvolvimento
Psicomotor em Creche


Author:
Raquel Martins


Objectivos:


*

Maior
autonomia física
*

Aquisição
da marcha, correr, subir, descer, saltar, vestir, despir
*

Aquisição
de maior controlo e coordenação motora
*

Conhecimento
dos espaços, permitindo para isso uma exploração activa dos
objectos
*

Estimular
a percepção auditiva, táctil, visual, gustativa e olfactiva
*

Conhecimento
do seu esquema corporal de forma a saber nomear as várias partes do
corpo
*

Boa
preensão do lápis, colheres, etc.


Estratégias:

*

Andar
de cavalinho, triciclo
*

Fazer
brincadeiras livres
*

Fazer
modelagem (massa), desenho, rasgagem
*

Imitar
os animais a andar
*

Fazer
comboios e rodas
*

Fazer
jogos de movimento
*

Fazer
jogos de encaixe
*

Deixar
a criança comer sozinha
*

Dar
revistas e livros à criança para manusear
*

Colocar
um espaço com material (obstáculos) que a criança possa transpor
de diversas formas: escorrega, mesas, cadeiras, almofadas…


Estimular
o Bebé dos 0 ao 1 mês

Author:
Raquel Martins


*

Fale-lhe
e dê uma massagem ao bebé enquanto o limpa;
*

Quando
o bebé estiver despido, permita-lhe mover livremente as pernas e os
braços;
*

Coloque
um dedo na mãozinha do bebé para que o aperte, e se o fizer, erga
a mão para que faça força;

*

Segure-lhe
nos braços com suavidade e movimente-lhos para cima e para baixo;
*

Com
o bebé deitado de costas, agarre nas suas mãozinhas e puxe até
sentá-lo;
*

Coloque
o bebé de barriga para baixo, e empurre com a mão um pezinho para
a frente;
*

Aproveite
o momento da alimentação para fazer-lhe carinhos: tocar-lhe nos
bracinhos, nas mãozinhas e nos dedinhos um por um, cantar-lhe,
repetir-lhe sons;
*

Deite-o
em posições diferentes;
*

Cuide
do seu sono, mas procurando que se habitue a dormir com os ruídos
habituais, assim como a estar com outras pessoas;
*

Movimente
a chupeta na sua boca para que exercite o movimento de chuchar;
*

Mostre-lhe
um objeto de cores vivas e mova-o lentamente para que o siga com o
olhar;
*

Coloque
um móbile no berço;
*

Embale-o
suavemente e pegue-o ao colo do lado esquerdo e do direito.


Desenvolvimento
da Linguagem em Creche


Author:
Raquel Martins


Objectivos:

*

Aumento
do vocabulário
*

Ser
capaz de associar o objecto ao nome
*

Ter
compreensão de tudo o que ouve
*

Ter
conhecimento verbal do seu corpo, objectos, alimentos, vestuário,
brinquedos, animais, acções e noção de espaço
*

Ter
maior capacidade de atenção e de memória
*

Estratégias
a utilizar:
*

Chamar
cada criança e adulto pelo seu nome
*

Articular
correctamente as palavras
*

Falar
durante as brincadeiras
*

Estimular
os gestos simples: palmas, adeus, etc.
*

Ser
expressiva a falar
*

Pedir
favores simples: objectos que a criança conhece
*

Cantar
canções, histórias e lenga-lengas
*

Imitar
sons
*

Repetir
várias vezes perguntas simples
*

Encher
e esvaziar caixas com objectos diferentes, nomeá-los e pedir à
criança que os nomeie
*

Incentivar
a criança a brincar com jogos e fantoches


Desenvolvimento
Sócio-Afectivo e Intelectual em Creche


Author:
Raquel Martins


Objectivos:

*

Respeitar
a individualidade de cada criança
*

Estabelecer
uma boa relação com a criança
*

Proporcionar
um ambiente calmo e seguro
*

Desenvolver
o respeito pelo outro (saber esperar pela sua vez)
*

Dar
resposta a curiosidade da criança
*

Dar
liberdade de escolha
*

Aquisição
de regras simples
*

Aquisição
de hábitos de cortesia
*

Desenvolver
a autoconfiança e a autonomia


Estratégias
a utilizar:

*

Ajudar
a criança a tolerar as ausências da mãe, permitindo-lhe os
objectos transitivos (chucha, fralda, boneco, …)
*

Estimular
as palavras de cortesia: Olá, Bom Dia, Adeus, …
*

Deixar
que a criança realize acções que a divirtam: encher, esvaziar,
desmanchar, …
*

Criar
espaços variados e seguros para que a criança brinque
*

Contar
histórias, canções e lenga-lengas


Em
Creche…


Author:
Raquel Martins


*

Não
existem jogos nem actividades especiais em si próprios. O calor e a
afectividade que as envolvem é que contam. Os bebés sentem o
encorajamento para aprender, experimentar e apreciar, como sentem o
contrário e se tornam apáticos.


*

As
actividades dos bebés devem ser integradas na estrutura dos
contactos naturais com eles. Eles quererão aprender e mostrar-se-ão
interessados em tudo o que se passa à roda e sobretudo sentir-se-ão
encorajados para serem activos e curiosos
* A
conduta dos adultos é um modelo para a conduta das crianças. A
criança pequena é naturalmente imitadora e apodera-se facilmente
dos procedimentos que usamos a seu respeito e torna-se nervoso e
irritável se não temos em conta as suas necessidades. Se os
adultos são calmos e afectuosos para com ela, a criança responderá
no mesmo tom.

*

Se a
criança está apreciar qualquer coisa e deseja continuar, não deve
ser interrompida. Não se deve forçara criança a mudar de
actividade, apenas porque pensa que é altura dela fazer outra
coisa. Deve-se deixar ter a experiência repetida de ser capaz de
completar uma actividade e satisfazer completamente a sua
curiosidade acerca de um objecto. A sua capacidade de atenção será
maior se lhe for permitido seguir o seu próprio ritmo e interesse


Objectivos
em Creche


Author:
Raquel Martins


*

A
creche organiza actividades adequadas ao bom desenvolvimento da
criança nesta faixa etária, das quais apresentamos alguns exemplos
e as respectivas finalidades:
*

Canções
– Memorização, linguagem, ritmo, gosto pela música, disciplina;
*

Lenga-lengas
– Exploração dos sons e ritmos, expressão através da linguagem
oral, gestual e corporal
*

Pintura
com dedo, mãos e pés – Exploração de diferentes materiais,
cores, formas e texturas, controlo da motricidade, gosto estético
*

Jogos
– Compreensão de regras, socialização
*

Modelagem
– Controlo da motricidade, capacidade de exploração
*

Rasgagem
e colagem – Motricidade, autonomia, iniciativa
*

Histórias
– Descoberta de si e do outro, linguagem verbal e não verbal,
imaginação
*

Fantoches
– Concentração, visualização
*

Brincadeira
livre e orientada – Socialização autonomia, liberdade de escolha


Actividades
em Creche


Author:
Raquel Martins


*

Os
bebés e as crianças pequenas estão sempre dependentes do contacto
humano, de se lhes falar, da atenção que lhes dá e da ternura com
que recebem.
*

Os
amplos processos de aprendizagens que se realizam nesta fase da
vida, só podem ser accionados no calor seguro de uma relação
harmoniosa entre pais, educadoras e crianças.


Por
isso é muito importante:


*

Habituação
ao contacto e necessidades de contacto através da proximidade
corporal, carícias sempre repetidas de olhar para ela, conversar
com ela, bem como a sua integração no mundo das coisas.
*

Educação
da audição e da atenção através de sons barulhentos (vozes,
campainhas, pandeiretas, etc.) que mais tarde virão em direcções
diferentes, com alturas e sequências de sons diferentes.
Estimulação da própria produção de ruídos (bater palmas, sons
de roca, etc.)
*

Educação
da visão e da atenção através de estímulos luminosos e em
movimento, através de objectos com formas simples e cores nítidas
(bolas, rocas, etc.), para isso é conveniente limitarmo-nos a
poucos objectos que mostraremos muitas vezes. Mais tarde poderemos
acrescentar outros objectos mais pequenos, bem como imagens simples.
*

Exercícios
de movimentos bucais, sucção, lombar, mastigar (mais tarde, quando
se dão alimentos sólidos) e igualmente fazer brincadeiras com
sopro.
*

Ensinar
a apalpar, mexendo em vários objectos com a mão (ao principio será
conduzida).
*

Exercícios
para a movimentação das mãos, com estimulação para agarrar, dar
a mão, bater palmas, dizer adeus, bater à porta, atirar uma bola,
fazer construções, chapinhar, atirar com coisas, fazer
brincadeiras simples com os dedos, etc.
*

Educação
para a movimentação do corpo, levando os movimentos espontâneos a
adaptarem-se a um dado ritmo com uma pandeireta cantando; rastejar,
rebolar-se, endireitar-se, pôr-se em pé, andar de mão dada. A
articulação da criança através dos exercícios de “ginástica”
rítmica tem uma importância muito especial.
*

Preparar
a capacidade de comunicação da criança chamando-a pelo seu nome
próprio, dizendo-lhe palavras ternas, dizendo o nome das pessoas e
coisas e falando-lhe incansavelmente durante todas as actividades.
*

Estímulo
para fazer ritmos: em conjunto e para cantar sons e melodias.
“Ensinar” a criança progressivamente a empregar palavras
determinadas para exprimir os seus desejos, ao pedir determinado
objecto, repetindo incansavelmente as palavras e tendo as reacções
apropriadas.
*

Habituar
a criança a pouco e pouco a beber pelo seu copo e a comer com a
colher.
*

Habituar
a criança a ter um determinado ritmo de vida.
*

Fazer
surgir e aprofundar estímulos emocionais, como alegria, confiança,
bem-estar, etc. dando à criança possibilidade de fazer
experiências, exteriorizando sentimentos, deixando-a participar e
aprovando os seus esforços.
*

Tudo
o que se faça terá sempre que ser adaptado à maneira de ser da
criança.
*

Mostrar
à criança como se faz, fazê-la colaborar e estimular a sua
participação e iniciativa.
*

Todas
as capacidades adquiridas devem ser incansavelmente exercitadas e
repetidas. Tudo o que queremos “ensinar” de novo deverá ser
incorporado somente através de pequenos passos.
*

Todas
as “ordens” que se dão, bem como os estímulos de aprendizagem
deverão ser simples, calmos mas enérgicos.
*

É
muito importante que a criança conheça e brinque com objectos que
há em todas as casas (tigelas, colheres de pau, molas de roupa,
botões, papéis, etc.).
*

Além
disto são necessários materiais como bolas, argolas para morder,
bonecos de pano laváveis, cestinhos, bolsas, livros de imagens e
mais da vida de todos os dias.

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