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“Continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade”.
Paulo Freire





domingo, 6 de março de 2011

Práticas Educativas na Formação de Crianças Leitoras na Educação Infantil



Autor: Ana Maria Lima Frazão
Data: 08/12/2010

RESUMO:

Este artigo é fruto do trabalho desenvolvido durante o ano letivo de 2010 pelas acadêmicas do curso de pedagogia modular do UNIVAG que atuaram na forma de estágio supervisionado na Educação Infantil com crianças de quatro a seis anos de idade. As atividades realizadas com as crianças ocorreram através de projeto de trabalho, partindo dos interesses e necessidades detectadas durante período de observação, primeira fase do estágio supervisionado. Julgamos que, quando os "fazeres" da sala de aula partem daquilo que realmente está chamando a atenção da criança, as atividades tornam-se mais significativas. Buscamos nosso referencial em Grossi (1990), Gadotti (1988), Libaneo (1992), Campos (1993) Smith (2010), sites da internet e RCNEI, entre outros. Abordamos neste trabalho as questões de identidade, autonomia, linguagem oral e escrita e o que está presente no cotidiano da criança, permitindo ampliar o universo com significações a partir da realidade que estão vivenciando. Pretendemos levar o educador, a se colocar em uma posição de inovação, apontando a importância de sua pratica educativa na educação infantil, de forma a mudar suas atitudes em relação ao seu papel como agente de formação humana, levantando a seguinte problemática: É possível uma criança produzir textos orais e escritos antes de aprender a ler e escrever? Devemos lembrar que da criança, depende o crescimento da sociedade de forma estável e segura, com pessoas assumindo posições dentro da sociedade, tomando decisões e atitudes certas. Diante disso o profissional da educação infantil deve levar seu aluno ao futuro homem leitor, crítico e que supere o senso comum.

DESENVOLVIMENTO

Este artigo nasceu a partir da experiência de Estágio Supervisionado em Educação Infantil, em relação ás práticas pedagógicas observadas em sala de aula na formação de alunos leitores. Procuramos buscar neste trabalho, elementos que possam levar os educadores a refletirem sobre a sua prática no cotidiano escolar.

Contextualizando a prática de ensino nos reportamos às predominâncias pedagógicas porque perpassou a educação.

Até a década de 1920, a predominância era a prática da Pedagogia Tradicional, onde os objetivos eram os de levar os educadores a transmitir a cultura geral humanista e enciclopédica.

A prática educativa estava centrada na transmissão de conteúdos com ênfase na repetição e memorização. Na relação professor-aluno, predominava a autoridade do professor, que transmitia o conteúdo como verdade absoluta a ser absorvida pelo aluno. A memorização servia para disciplinar a mente e formar hábitos. Esta prática era de tal forma que atendia às camadas socialmente privilegiadas, mas, tornou-se ineficaz quanto à formação humana do aluno.

Ao longo dos tempos surgiram novas predominâncias, como a Escola Nova, que segundo Libaneo (1992), tinha o objetivo de modernizar o ensino, colocando-o a serviço das necessidades sociais do educando. Seus princípios eram o respeito à individualidade da criança, desenvolvimento de aptidões naturais, o aprender fazendo, atividade espontânea. Trata-se de "aprender a aprender", ou seja, é menos importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito. A valorização das experiências, a pesquisa, as descobertas, o estudo do meio natural e social, levava o aluno à busca para solução de problemas. O trabalhar em grupo não era visto como uma técnica e sim como uma condição básica para desenvolver a mente.

Na relação professor-aluno, na Escola Nova surge o facilitador entre aluno e conteúdos. A disciplina em sala surge da consciência do grupo. O aluno é solidário, participante, respeitador, garantindo assim a harmonia tal qual deve ser na sociedade. Luckesi (1992, pg, 58) aponta neste contexto que houve um decrescimento do interesse dos conteúdos em detrimento às habilidades e pesquisas, onde se pensava que a criança chegaria sozinha aos conteúdos. Podemos dizer que essa predominância prejudicou as classes populares, e favoreceu de certa forma as crianças das classes mais favorecidas.
Um novo modelo de ação pedagógica foi inserido no contexto educacional a Pedagogia Tecnicista, que novamente veio para atender de certa forma somente a um lado, a classe empresarial. Neste modelo a escola funcionava como modeladora do comportamento humano. A prática educativa ocorria através de técnicas específicas necessárias para que o aluno viesse a estar pronto a adquirir habilidades, atitudes e conhecimentos necessários para se integrarem no sistema social global. A escola atuava articulando-se diretamente com o sistema produtivo, empregando a ciência de mudança de comportamento, Trabalhando para produzir indivíduos "competentes" para o mercado de trabalho.

Na relação professor-aluno, segundo Luckesi (1992, pg 62), estas são organizadas e estruturadas, o professor administrando a transmissão da matéria, conforme sistema de instruções de forma eficiente e efetivo em termos de resultados, e o aluno receptor, aprendiz fixando as informações transmitidas. O professor é um elo entre a verdade científica e o aluno, este por sua vez é um indivíduo responsivo, não participante da elaboração do programa educacional.

O que se observa até aí é que o interesse pela formação do ser humano enquanto agente necessário para o desenvolvimento de uma sociedade foi deixado de lado. A escola, nessas predominâncias tornou-se uma mediação conflitante, como enfoca Libâneo:

É possível considerá-la como uma mediação pela qual se efetua o conflito entre as classes sociais, uma interessada na reprodução da estrutura de classes tal qual é, outra cujos interesses objetivos exigem a negação da estrutura de classes e a supressão da dominação econômica (1992, pg.95).

Dessa forma na visão de Libâneo (1992) a escola se encontra como uma estrutura mediadora entre as classes sociais dominantes e dominadas. Está entre o desejo da camada popular que almeja superar a sua condição de dominada pela estrutura dominante e a pressão desta classe que quer a qualquer custo manter sua posição e a dominação.

Nos dias atuais, mesmo diante de tantas dificuldades enfrentadas pelos educadores vemos possibilidade de que a escola seja um agente de mudança devendo dar condições aos seus alunos de superar as suas dificuldades e sua condição de classe dominada, através do acesso ao saber, desde os primeiros anos de vida escolar, como a educação infantil.

Dentro deste contexto, o educador precisa conhecer a sociedade em que atua e o nível social, econômico e cultural de seus alunos, lembrando que estes são seres humanos, e são seres de relações. O educador de um modo geral tem o dever de ter um comprometimento político com o que faz, tendo um posicionamento firme dentro da sociedade, e para tal necessita olhar a comunicação e sua relação social como uma necessidade e fator imprescindível no processo de formação humana. É através da comunicação com seu aluno que ele exerce e assume o papel de educador para a formação humana, como afirma Gadotti (1988).

Gadotti (1988, p.51 e 52) nos faz entender que "o meio escolar, o espaço físico e o humano são elementos que podem tanto ser motivador para os alunos quanto inibidor das disposições da aprendizagem". Devemos considerar o aluno dentro e não fora do contexto em que vive, respeitando e criando meios para favorecer a este aluno as condições necessárias para o seu desenvolvimento.

Segundo Martins (1993, pg. 107), as grandes dificuldades da aprendizagem, tem sido problema de desmotivação, quando o professor não consegue diagnosticar os interesses e necessidades de seus alunos em considerar as diferenças individuais.

Nos dias atuais, como temos visto em palestras e aulas ministradas, a concepção social do alfabetizado vem mudando gradativamente, pois o que se requer de uma pessoa alfabetizada hoje é bem diferente do que se queria em meados do século 20. Hoje não é mais suficiente saber assinar o nome e conseguir ler instruções simples. Do ponto de vista da prática social da escrita e da leitura no mundo contemporâneo, temos uma complexidade cada vez maior. O uso de leitura e escrita tornou-se muito freqüentes e variadas.

O aluno aprende pela participação em atividades de leitura, resoluções de problemas, ouvindo e sendo ouvido, participando de atividades em grupo de trabalhos. A interação homem x homem x cultura, o processo de ler e escrever vai além, pois através das relações sociais o desenvolvimento e o crescimento do ser como homem, leva-o a construir, organizar e reorganizar pensamentos.

Sabemos que ainda há um grande número de professores tradicionais que não mudaram em quase nada e continuam usando cartilhas para alfabetizarem seus alunos. Muitas das vezes a instituição escolar é ainda é muito conservadora, muda com dificuldade, a passos lentos. Mas, devemos crer que o mais importante é ter consciência de que ela, a escola, não está definida para sempre. O que vem ocorrendo fora dela afeta em muito, para isto ela não pode fechar os olhos. O avanço tecnológico vem contribuindo em muito para auxiliar aos educadores nas suas ações educativas. Devemos lembrar que o ser humano é um construidor, organizador e reorganizador do seu próprio eu e de sua cultura.

Acreditando que a Prática pedagógica na Educação Infantil necessita de mudanças, que deve ser mais desafiadora, o educador deve crer na capacidade de aprendizagem da criança e isto deve levá-lo a repensar o significado da leitura e da escrita. A primeira ação sala de aula da Educação Infantil é colocar a leitura e a escrita como objeto principal no dia a dia do aluno. Isto porque, segundo Grossi (1990, pg. 8):

a língua escrita é um objeto social e não esta democraticamente distribuída pelos diferentes setores da população. Há crianças que crescem em ambientes onde a leitura e a escrita estão presentes, enquanto há crianças cujos ambientes não oferecem estas condições.

Segundo Grossi (1990), responsável pelo Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação (GEEMPA), estuda crianças da periferia em Porto Alegre, observou "que no desenvolvimento do processo de alfabetização a criança apresenta dois momentos bem nítidos" um onde o sujeito julga escrever com desenhos - e outro no qual se usam sinais gráficos". (1990, p. 18)

Como educadores temos que assumir as responsabilidades que se encontram diante de nós, possibilitando assim a oportunidade de buscarmos empreender, inovar, criar e renovar nossas atitudes para que tanto nós como nosso aluno venha a crescer em conhecimento de si mesmo e do meio o qual está inserido. Para tanto, é necessário compreender melhor o que vem a ser educação.

A educação é ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disto com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum. (Arendt, 1972, p.274 - apud, Veiga, 2001)

Entendemos então, que educar é um ato de amor que leva a criação, formação e transformação.

Conforme foi observado no período de estágio supervisionado, a prática educativa na formação de crianças leitoras está aquém das propostas em Projeto Político Pedagógico. O que pudemos notar que as atividades são apresentadas as crianças em material mimeografado, com diretrizes já traçadas pelos professores e ADI's, não permitindo a criança criar, buscar e inventar. São atividades em que todos devem fazer exatamente como o modelo que o professor propõe. Diante disto, para desenvolvermos uma prática educativa que venha fazer surgir o novo, buscamos respaldo nos referenciais teóricos, que nos ofereceram instrumentos e possibilidades de ver a criança no seu processo de aquisição da escrita, uma vez que trabalhando a escrita estamos utilizando a comunicação, essencial para as relações entre os seres humanos. Procuramos verificar o que a criança sabe e o que não sabe o que ela trás como experiência de vida.

A problemática levantada se é possível uma criança produzir textos orais e escritos antes de aprender a ler e escrever, nos levou a desenvolver diferentes ações educativas na educação infantil, observando o desenvolvimento da criança em seu processo de leitura, e a aquisição de conhecimentos que podem ser considerados relevantes. Foi nesta perspectiva que nos como educadores, buscamos nos orientar através da visão da criança como ser social, ser de relações e que vive em sociedade, pois são crianças cidadãs, com características, histórias, com diferenças regionais, sociais, crença e também etnia. É um organismo que pensa, sente e atua no seu meio.
Como a aprendizagem da leitura e da escrita não se dá espontaneamente muito pelo contrário, exige uma ação comprometida do educador e, portanto, é necessário que este tenha qualificação para poder ensinar. Para tanto as ações educativas exigem planejamento e decisões acertadas para que tenha um resultado positivo com relação à aprendizagem da criança na educação infantil. E essas decisões são tomadas em função do que se considera nesse processo; por exemplo, as experiências que a criança teve ou não em relação à leitura e à escrita, vão levar o educador definir o que será trabalhado.

Entendemos que a comunicação entre as crianças com seu meio se manifesta através da oralidade, ouvir histórias, contato com livros, álbuns, etc. e que isto pode levá-las à construção da linguagem oral e escrita, possibilitando assim transformá-las em crianças leitoras.

Com base no que foi vivenciado no período de estágio supervisionado e no que foi visto nos referenciais teóricos, realizamos a atividade de confecção do Livro, "Livro da Vida", trabalho este desenvolvido no CMEI, onde as crianças tiveram oportunidade de expressar seus conhecimentos através da escrita, de desenhos produzidos por eles, e através disto contaram sua pequena história de vida. Concretizando o ato de ler e escrever, proporcionando a socialização do saber através de formação de grupos, onde foram considerados os erros como processo de construção, apresentando desafios às crianças, levando-as a pensar sobre suas hipóteses, vivenciar o trabalhar em grupo, opinando e vencendo seu medo de expor o "eu".

Nossas atividades estiveram vinculadas ao que Lima (Apud, Gadotti, 1988, p.70) chama de "dez mandamentos do ensino", ou seja:

1) não ensine, provoque a atividade da criança; 2) leve as crianças a discutirem entre si a situação proposta (mesmo com erros); 3) não trabalhar a linguagem como produto adquirido por imitação ou repetição; 4) incentive a capacidade de inventar e descobrir, mesmo que divergindo do seu ponto de vista; 5) estimule, sugira, mas não jogue o jogo é das crianças; 6) use como material o que existe no mundo da criança; 7) sempre que a criança alcançar um patamar, complexifique situação; 8) não se prenda a cartilha, use o material do dia a dia da criança; 9) organize as crianças em grupos, socialize; 10) leve as crianças a compreenderem o que fizeram.


Vimos então, que diante do que foi trabalhado devemos como educadores ter práticas educativas que venham a fazer a criança a levantar hipóteses, usar a imaginação buscando no seu dia-a-dia subsídios para avançar no seu aprendizado. Desenvolver meios e criar condições que permita à criança se envolver com a leitura e a escrita como objeto principal do seu conhecimento.

Acreditamos que as práticas educativas bem desenvolvidas possibilitam ao homem em formação avançar na compreensão do seu eu, do mundo, de forma a interpretá-lo e transformá-lo. Cabe ao professor da educação infantil, em suas práticas educativas, avaliar, interpretar e compreender as ações das crianças, de forma a permitir o seu avanço no conhecimento de si e do mundo que o rodeia, possibilitando-o se transformar num leitor crítico.

Com base nessa perspectiva é que nos voltamos também para o desenvolvimento da prática reflexiva na educação infantil, buscando respaldo em Alice Paige-Smith, Anna Craft & Cols, que nos dá importante contribuição para o nosso futuro direcionamento na educação e no cuidado da criança.

O educador deve buscar a compreensão de valores, práticas e abordagens na aprendizagem da criança e neste caso precisa estar atento à criação de possibilidades do que buscar atingir metas já estabelecidas procurar afastar-se das falácias (*), assumindo a responsabilidade de escolher, experimentar, discutir, refletir e mudar, concentrando-se mais nas oportunidades de crescimento do que na ansiedade de atingir resultados, fazendo do "educar" uma fonte de prazer e encantamento. (Fortunati, 2006, p. 37, apud, Smith, 2010).

Se quisermos formar cidadãos leitores, críticos e capazes de saírem do senso comum, em nossas práticas na formação de crianças leitoras na educação infantil se faz necessário ouvir nosso pequeno leitor, mudar nosso modo de ser, reconhecer que somos limitados e que temos que estar buscando permanentemente a eficácia nessas práticas educativas, através da reflexão de nossas ações, fazer- refletir- fazer.

O profissional que trabalha reflexivamente deve em primeiro praticar o ouvir a criança, dando oportunidade de que a mesma expresse seu pensamento, exponha suas idéias, sendo esta uma forma disponível para pensarmos sobre nossa prática e também sermos capazes de aplicá-las diferentemente, e ainda buscar soluções para os problemas que possam surgir no processo de ensino aprendizagem na educação infantil. A prática reflexiva tem um grande potencial, mas também contém riscos, e conforme aponta Foucault "tudo é perigoso". (Apud, Smith, 2010,)

Ainda segundo Rinald (2005, Apud, Smith, 2010), a possibilidade de nos perdermos no diálogo e na reflexão, isto é de "perdermos absolutamente a possibilidade controlar o resultado final" é um risco, mas também é uma possibilidade de nos tornar capazes de ver e entender o mundo de maneira diferente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola é o espaço social cuja função é levar o aluno a se apropriar de conhecimentos dentro das diversas áreas, e estimular o desenvolvimento das habilidades e competências, para que tenha a possibilidade de produzir novos saberes, de forma que o mesmo venha a compreender as relações necessárias em seu processo de formação.
A prática educativa na educação infantil deve superar a intenção de se fazer algo em prol da formação e transformação social.
O professor é antes de tudo, o mediador entre o aluno e o objeto a ser conhecido por este. Dessa forma, sua prática educativa, deve sempre levar em consideração o aluno como um ser completo, integral que tem uma história de vida, e partindo deste principio, levá-lo a interagir com o meio ao qual está inserido, respeitando sua identidade, que sabemos, além de individual é também coletiva, o que o liga à sua classe social de origem.


É necessário que o educador busque permanentemente sua formação, definindo suas práticas educativas, não somente transferindo conhecimentos, mas apontando caminhos à criança, despertando nessa o desejo de caminhar, construir relações sociais. Enfatizamos que é necessária a melhoria na qualidade da ação educativa propriamente dita. Mudanças e avanços são necessários não somente para superar as deficiências na educação, mas levar à construção de novos caminhos e saberes indispensável a qualquer ser humano, em seu trajeto de vida.
O ato de "ensinar" requer do profissional da educação infantil, uma reflexão constante e crítica sobre o seu cotidiano. Buscar aprimoramento, novos saberes, apreender novas estratégias para que sua prática educativa não se torne obsoleta ou venha a cair na mesmice. A prática educativa deve ser sempre ação "reflexão" ação, se necessário reinventá-la a casa dia, tendo como alvo principal o aluno e seus interesses, levando em consideração sua realidade, de modo que o aluno venha futuramente saber adequar suas práticas, seus valores, seus saberes de acordo com o contexto social ao qual está inserido.

Considerando o que foi observado, o que foi executado e o que foi visto nos referenciais teóricos, concordamos com Ferreiro (Apud, GROSSI, 1990, pg. 9) que em seus trabalhos investigativos enfoca que a criança formula suas próprias hipóteses sobre o sistema de escrita, e nestas hipóteses vai evoluindo na leitura, principalmente quando o educador possibilita a vivencia desta criança com a leitura, oferecendo um ambiente onde ela possa ir construindo o que é ler e escrever, e de forma prazerosa. Sendo a escrita e a leitura um objeto sociocultural de conhecimento, é o centro da aprendizagem.

A criança é um sujeito ativo e inteligente, um sujeito pensante, que elabora hipóteses sobre o modo e funcionamento da leitura e da escrita, bem como ela está presente e ativa no mundo que a rodeia. Dessa forma, afirmamos que, como educadores dentro da prática educativa na educação infantil, devemos responder positivamente à problemática: É possível uma criança produzir textos, orais e escritos antes de aprender a ler e escrever?

Ficou claro que aluno e professor são seres sujeitos ativos no processo educativo, e que a prática educativa dentro da educação infantil, realizada em um ambiente adequado e estimulador, onde o professor faz e refaz suas ações voltadas para formação humana, favorece ao aluno a construção de textos orais e escritos, mesmo antes de saber "ler e escrever", formalmente, e com isto vem a surgir um novo tipo de pessoa, cidadã, que tenha possibilidades futuras de superar dificuldades e fazer uma leitura de mundo inovadora.

Dessa forma a prática educativa contribui para o processo de crescimento do aluno, que certamente dará grande contribuição na construção de uma nova cultura como futuro cidadão crítico, não passivo e participante no processo de mudanças. A prática educativa propicia a "construção" do homem como ser humano individual e social.

Finalizamos com uma frase de Gadotti só se aprende quando se gosta, quando se ama o que se estuda. Aprender tem que ser como saborear uma comida gostosa e não ter que engolir uma comida deteriorada. (1998, p. 51)

REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
CAMPOS, Dinah Martins de Souza - Psicologia da Aprendizagem, 23ª Edição, Editora Vozes, 1993.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro - 2ª Edição, Ed. Ática - (1988).
GROSSI, Esther Pillar, Escolas Infantis - Leitura e Escrita, Série Didática Pós-Piagetiana, Vol. 1, Editora Edelbra, 1990.
LIBANEO, Jose Carlos. Democratização da Escola Pública - A pedagogia critico- social dos conteúdos, Ed. Loyola, 1992.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. 5ª Edição, Ed. Cortez, 1992.
RCNEI ? Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - Vol.3
SMITH, Alice Paige, Anna Craft & Cols. Desenvolvimento da Prática Reflexiva na Educação Infantil. Editora Arsenal, 2010
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da Escola - Uma Construção Possível. 13ª Edição. Papirus Editora. 2001.

Disponível em
http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&q=secretariaeducacao.gov.com
&meta=&aq=0&aqi=g10&aql=&oq=+secretariaeducacao&gs_rfai=&fp=
bb0968863bdec45e
- ultimo acesso 08/06/2010
www.futuroeducacao.org.br/biblio/a_revolucao_de_emilia.pdf - Similares - último acesso em 08/06/2010.



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